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Quem é que rege (ou deveria reger) a imprensa, seus profissionais ou o público?

Há quase cinco anos, eu me formava jornalista. E algo importante que aprendi na faculdade e que levo comigo desde então é que a imprensa não é santa. Por trás de palavras que "retratam" a realidade está um mercado capitalista ferrenho. Muitas vezes, por isso, as informações de fato importantes ficam em segundo plano. De qualquer modo, o que seria de nós sem a imprensa, não é mesmo? Afinal, coisas acontecem por aí, e precisamos de alguém que as conte para nós. Mas quer saber? A imprensa também precisa de nós para lhes dar audiência, então, se seus profissionais dependem tanto do público, que tal ele mostrar uma participação mais efetiva?

Muitas pessoas acreditam que a imprensa é feita unicamente por aqueles que trabalham com ela. Grande engano! A imprensa precisa do público, não só para dar entrevistas ou participar de enquetes. Ela precisa do público para saber o que ele pensa, para saber o que lhe interessa, e para mostrar o mundo de verdade. Não tudo, mas pelo menos as coisas mais relevantes para orientá-lo, e seja utopia ou não, tornar o mundo melhor. É o que as crianças aprendem na escola, então por que seria algo impossível?

Infelizmente, porém, o público interage muito pouco com a imprensa, com a mídia. Quando reclamamos, fazemos isso sentados em nosso sofá, em casa. Não botamos a boca no trombone. Como consequência, vemos uma imprensa interesseira e que mostra prioritariamente aquilo que eles sabem que vai chamar a atenção e não aquilo que realmente é importante para a sociedade. Sempre dou risada quando meu pai diz: "Mais uma notícia ruim. Impressionante! O jornal mostra 90% de notícias negativas. É de ficar com depressão". Dou risada porque ele fala isso para ele mesmo, e todos os dias, há décadas, mas como protesto de verdade, ele não faz nada, pois faz mais de 25 anos que ele assiste aos jornais diariamente sem falhar. Os veículos enxergam isso. Sabe como? Estudando a cabeça do seu público. Se as pessoas assistem aos programas, e lhes dão audiência, é sinal que aquela abordagem está dando certo. E por mais que o público queira ver outras coisas, como sua participação é puramente passiva, eles continuam abordando incansavelmente os mesmos assuntos. Porque sabem que por mais indignante que seja, as pessoas vão continuar engolindo sem nem mastigar direito. Para os veículos de comunicação a pessoa ficar reclamando em casa não faz a menor diferença.

Agora, imagine se as pessoas resolvessem participar de verdade e dizer o que elas querem ver e encher a caixa de e-mail de alguém das redações, e ligar na emissora e fazer protestos dando um feedback de verdade dizendo que querem ver coisas boas, diferentes, coisas que acrescentem, mas além disso, dando sugestões. Os veículos teriam que mudar o discurso e não passar um dia inteiro falando sobre um sequestro, ou sobre um assassinato, ou sobre tantas desgraças. Quem sabe passariam falando sobre assuntos que trariam abordagens mais positivas e relevantes para a evolução social.

Será que estou falando bobagem? O que você acha?

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